Vida
de professor é assim mesmo, certo dia por volta das 23h após cumprir uma
jornada impiedosa em nome da Educação, o mestre chega à sua casa coloca no
micro-ondas uma lasanha (pronta), come, bebe um litro e meio de água para
amenizar os 90% de sódio que faz parte dos ingredientes desse tipo de alimento,
um comprimido daquele remedinho controlado para dormir, mais dois comprimidos
para a síndrome do pânico e por aí vai. Logo o cansado mestre começa a roncar
igualzinho um rinoceronte. Eis que o cidadão começa a ter pesadelos com o
contra cheque que recebe todo mês. É claro que não precisa dormir e ter
pesadelos para se assustar com a espórtula que um professor recebe nesse país.
Continuando com o pesadelo, nele o professor questionava o porquê que ele
recebia uma gratificação de difícil acesso para lecionar em Nova Brasília,
estranho, no sonho ele achava um absurdo ser remunerado com essa gratificação.
Aí rola de um lado para o outro e continua o pesadelo do mestre coitado. Numa
dessas roladas, o mestre cai, bate a cabeça e acorda. Nossa que pesadelo foi
esse. O coitado começa a se questionar... será que realmente não mereço essa
gratificação? Será que a recebo por lecionar em Nova Brasília, afinal qual o
problema de Nova Brasília? Seria um lugar tão, tão distante? Ou será por
lecionar para uma meia dúzia de desinteressados e despreocupados com o futuro? Bom
o mestre fecha os olhos de novo e começa a pensar no bairro Nova Brasília, esse
bairro parece com Cuiabá 45º na sombra, ou Bangú 48º, ou quem sabe no deserto
do Saara 50º sem água e sem sombra. Será que é por ser calor lá que existe essa
gratificação? Ele nasceu lá, trabalha lá, tem casa lá, mas não mora mais lá. E
quando tem que ir até lá o sofrido mestre pega a estrada principal, que é na
verdade um misto de CUBATÃO da década de 80, com o solo de MARTE e o solo da
LUA. Ou seja, acinzentado como CUBATÃO, solo vermelho como o solo de MARTE e
esburacado como o solo da LUA. Agora ele acorda de verdade e encontra a
resposta do por que ele recebe a gratificação de difícil acesso. Olha, obrigado
governador.
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